Corinthians vive dias difíceis
O Corinthians vive uma das fases mais turbulentas de sua história recente. Após a tentativa do ex-presidente Augusto Melo de reassumir o cargo mesmo após ter sido oficialmente destituído por impeachment, o vice-presidente Armando Mendonça concedeu uma entrevista contundente ao Lance!, detalhando os efeitos da crise institucional e criticando a conduta do ex-dirigente.
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Ao ser questionado sobre a tentativa de retorno de Augusto Melo à presidência, Mendonça foi direto: “A ‘baderna’ começou já no início da gestão e teve dois momentos críticos: quando ele se recusou a renunciar ou se afastar mesmo sendo indiciado por furtar o Corinthians, e depois, com a tentativa de golpe no dia 31 de maio. Esses dois dias estão entre os mais tristes da história do clube”.
O vice ainda destacou a gravidade do cenário: “Um clube presidido por alguém indiciado por furtar a própria instituição, e que tentou um golpe institucional, mancha a imagem de uma equipe historicamente ligada à luta pela democracia. O Corinthians não merecia isso”.
Conselho Deliberativo e acusações de parcialidade
Mendonça também criticou a postura de Augusto Melo após o impeachment: “Ele desrespeitou nossa história, os sócios e a torcida. E continua desrespeitando ao ir à imprensa contar inverdades, mesmo com novos escândalos sendo revelados pela polícia“.
Questionado sobre as críticas à atuação do Conselho Deliberativo, Armando defendeu os conselheiros: “A maioria dos conselheiros age de forma imparcial, com base nas denúncias sérias que envolvem Augusto Melo. Seu indiciamento por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado é um fato grave”.

Ele também rechaçou a ideia de que as decisões tomadas tenham viés político: “A reprovação das contas não foi um ato político. Os pareceres vieram do Conselho Fiscal e do Cori, e foram técnicos. Politizar esses pareceres é repetir o desrespeito que Augusto demonstrou com os órgãos fiscalizadores”.
Situação financeira e promessa frustrada
Armando também rebateu declarações recentes de Augusto Melo sobre supostos R$ 3 bilhões em acordos financeiros para o clube: “Quando finalmente tivemos o às contas, não havia nenhum sinal desses R$ 3 bilhões. Pelo contrário, encontramos um clube com aumento expressivo de despesas e sem controle no departamento financeiro”.
Segundo ele, a nova diretoria está tentando reorganizar as finanças: “O presidente Osmar chamou pessoas experientes que já conheciam a dinâmica do setor para recuperar o controle e restabelecer o fluxo de caixa”.

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Em meio à crise, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, agendou uma reunião para o dia 9 de agosto a assembleia geral dos associados.
Na ocasião, os sócios do clube decidirão se Augusto Melo será reconduzido à presidência ou destituído de forma definitiva. A reunião será realizada no Parque São Jorge.