Críticas na Aleam
A exclusão de Manaus da lista de cidades-sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027 gerou forte repercussão política no Amazonas. O presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF), Ednailson Rozenha, apontou o então secretário da Sedel, Jorge Oliveira, como principal responsável pela ausência. Segundo ele, falhas na interlocução com a Fifa comprometeram a candidatura. “A Fifa não é a Liga de Amaturá”, declarou Rozenha, em tom crítico.
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Em meio à pressão pública, o Governo do Amazonas exonerou Jorge Oliveira da Secretaria de Desporto e Lazer (Sedel). Para o seu lugar, foi nomeado Diego Américo Costa Silva, advogado com agem pela Semjel e pelo Conselho Municipal de Desporto. A mudança na pasta foi oficializada na segunda-feira (2), com o objetivo de reestruturar a condução esportiva do Estado e tentar recuperar a imagem do Amazonas no cenário esportivo nacional.
Rozenha, que também é deputado estadual, fez duras críticas ao trabalho da Sedel em discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), no dia 13 de maio. Ele afirmou que o atendimento à Fifa foi negligente e que os representantes do Estado não compreendiam a importância da entidade. “Colocavam funcionário com pouca instrução para falar com a Fifa”, declarou. Segundo ele, esse descaso foi determinante para a eliminação da candidatura de Manaus.

Rozenha, presidente da FAF, e Jorge Oliveira, secretário da Sedel, em reunião com a Fifa. Foto: Divulgação
Nota oficial da Sedel
Logo após as críticas, a Sedel divulgou uma nota rebatendo as acusações. A secretaria afirmou que todas as exigências técnicas da Fifa foram cumpridas, especialmente em relação à Arena da Amazônia. Além disso, garantiu que as comunicações foram respondidas nos prazos e com as informações adequadas. A nota, porém, não foi suficiente para conter a crise política e a pressão por mudanças na gestão esportiva estadual.
A frustração não se limitou ao Amazonas. O Estado do Pará, que também esperava sediar partidas do Mundial, viu suas expectativas ruírem. Belém, com o estádio do Mangueirão, era uma das candidatas. Com isso, toda a Região Norte ficou de fora da Copa do Mundo Feminina, levantando debates sobre a desigualdade na distribuição dos jogos e a necessidade de maior valorização do futebol na região.
Rozenha ainda revelou que havia alertado previamente o governador Wilson Lima sobre os problemas na condução do projeto. “Não posso levar sozinho a culpa”, afirmou. A exoneração de Oliveira é vista por bastidores como uma resposta direta à pressão da FAF e da opinião pública, que esperava mais empenho e competência do Estado para garantir a participação de Manaus no evento esportivo global.

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Futuro da Sedel sob nova liderança
Com a nomeação de Diego Américo, o governo sinaliza uma tentativa de recomeço na gestão esportiva. A expectativa é de que o novo secretário tenha mais articulação com entidades esportivas e visão técnica para projetos de grande porte. O desafio imediato será reconstruir a confiança e preparar o Estado para futuras oportunidades, sem repetir os erros que tiraram Manaus da rota da maior competição de futebol feminino do mundo.