Transmissões e audiência
Atualmente, a Série A-1 do Campeonato Brasileiro conta com 15 rodadas, com oito jogos em cada. Apenas quatro partidas de cada rodada são transmitidas na televisão: duas no SporTV e outras duas na TV Brasil. As quatro demais ficam sem transmissão e os clubes assumem a responsabilidade de transmitir suas partidas. Vale ressaltar que nem todos os clubes possuem uma boa estrutura para tal feito também.
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“A demora em definir o calendário, a insegurança sobre as transmissões e as condições dos estádios tornam a situação menos atrativa para conseguir patrocínios. Eles vêm de empresas que colocam dinheiro no campeonato porque querem ser vistas e que suas marcas tenham um alcance. Para essa marca ter um alcance importa muito onde os jogos são transmitidos, a quantidade de pessoas que tem o à transmissão e a certeza de que o jogo vai chegar no seu público-alvo”, opina a comentarista Amanda Viana.
Ainda que os valores estejam distantes em comparação com outras ligas, o público brasileiro mostra interesse na modalidade. Um bom exemplo disso é a TV Brasil ter tido sua melhor audiência no ano em 23 de março, quando exibiu o confronto entre Cruzeiro x Grêmio, que ultraou dois pontos de audiência no Distrito Federal e mais de um ponto em Rio de Janeiro e São Paulo, alcançando cerca de 194 mil casas nas três cidades.

Bola oficial de jogo. Foto: Pedro Zacchi/AGIF
Comparação com outros países
A comparação com as principais ligas do mundo coloca a próxima sede da Copa sob holofotes ruins. A National Women’s Soccer League (NWSL), liga de futebol feminino dos Estados Unidos, fechou um acordo por quatro anos em 2023 com algumas das maiores redes de transmissão norte-americanas; ESPN, CBS Sports, Prime Video e Scripps Sports. Dentro de um contrato que obriga cada uma delas a exibir pelo menos 20 jogos por temporada em seus canais e plataformas.
Até o ano ado, na FA Women’s Super League (FA WSL), liga inglesa feminina, a Sky Sports exibia até 44 jogos da competição por temporada, e a BBC, 22, em um acordo de 8,1 milhões de euros (R$ 45,5 milhões) por ano. Ao o que temos muitas jogadoras sendo vendidas para atuar fora, ganhando destaque e mostrando a vitrine que o país possui, a entidade não valoriza a modalidade no Brasil.
“A partir do momento que se transmite o futebol feminino, ele gera interesse. Precisamos lembrar que a CBF não é uma confederação pobre. Ela é bem rica, acabou de um novo acordo com a principal fornecedora num valor que pode ultraar o bilhão (Nike pagará 100 milhões de dólares na renovação de contrato até 2038). Se a CBF tivesse o mínimo de interesse, ela poderia antecipar algumas coisas, como por exemplo, a transmissão. É inconcebível que um campeonato de elite não tenha 100% de cobertura garantida. Parece que estou tentando assistir aos jogos em 2013”, conclui Rafael Alves, editor-chefe do Planeta Futebol Feminino.

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O Brasil planeja utilizar a Copa do Mundo Feminina como ferramenta de impulsionamento, para promover a igualdade de gênero e o desenvolvimento do futebol feminino. Uma grande questão desse plano necessita ser o aumento do investimento no futebol feminino, desde a base até o profissional, contando com publicidades e emissoras que busquem dar relevância e visibilidade para a modalidade além do evento Copa.